Viajar e Ajudar
Existe algo mais bonito que um sorriso de criança? Acho que não, nada nem se aproxima disso, viajando pelo mundo você se depara com os mais belos e sinceros sorrisos juvenis, não importando cor nem raça, criança tem o poder de unir pessoas onde quer que seja. Para você que tem o vício de viajar e que gosta de criança, existem várias maneiras de bater perna por ai e estender a mão a esses pequenos. Eu percebi isso quando viajava pela Bolívia em 2003 com um grupo de amigos, e em uma pequena vila no desolado altiplano andino conheci um alemão chamado Jackob, rapaz de 32 anos ,que estava naquela comunidade a três meses ensinando inglês em troca de comida e moradia.
Jackob vivia num pequeno quarto oferecido pelo dono do único hostal do lugar, a dieta do alemão era a base de pão, kinua (cereal típico dessa região), carne de llama e milho. Mas o que faz um jovem deixar o conforto de sua casa, num dos países mais desenvolvidos do mundo e viver num ambiente com tantas limitações e pouco conforto? A resposta é simples, sorriso de criança nutre a alma e faz com que tudo ao seu redor fique diferente, aquele ambiente fazia Jackob se sentir um ser humano melhor, uma pessoa mais útil, essa pequena experiencia é capaz de mudar a vida de qualquer pessoa, e é em busca disso que muitas pessoas vem para essas latitudes deixando para trás todo o conforto do primeiro mundo.
Outro exemplo de consciência social é Sabine, jovem holandesa de 22 anos, que encontrei em Chigchullan, uma comunidade incrustada a 4100 mts acima do nível do mar, na parte central do Equador, existem aproximadamente 600 pessoas vivendo no vilarejo, sendo que mais da metade desse número são crianças, que superlotam as salas de aula das duas escolas isoladas do local. Sabine ensina inglês pela manhã, da aulas de educação física na parte da tarde e a noite ainda ajuda no Hostal Cloud Forest, local onde dorme e faz suas refeições diárias, a jovem se sensibilzou quando viajava pelo local e se ofereceu para ficar por 6 meses, Jorge Martinez dono do hostal imediatamente aceitou e disponibiliza o quarto e as refeições para Sabine, que também ensina inglês para o staff do hostal.
Em ações como está todos ganham, as crianças que tem a oportunidade de aprender outro idioma, consequentemente outra cultura, e obviamente o próprio voluntário é o maior beneficiado da situação, pois tem a real oportunidade de vivenciar a cultura local, aprender o idioma e estar rodeado de pureza, vivendo num mundo sem maldade, o mundo das crianças. As crianças no terceiro mundo tem um sorriso diferente, na maioria das vezes são tímidas no primeiro contato, mais pouco a pouco mostram grande vontade de aprender e mostrar que existem, pois são quase sempre sufocadas pela sua condição social que não as deixa vir a tona e mostrar todo seu potencial.
Existem várias organizações especializadas em trabalho voluntário ao redor do mundo é so escolher e se mandar, a maioria delas cobra uma taxa de admissão para o programa, que inclui comida e moradia durante a estada. O viajante só tem de pagar suas despesas extras e bilhete aéreo, caso você não esteja interessado em fazer parte destes programas, pode apenas arrumar suas malas e vagar por ai, vai ser fácil encontrar um lugar que acolha você em troca de um pouco de ensinamento e boa vontade.